Vigência: 03/2017 - 03/2020
Orgão Financiador: CNPq e FDTE (processo 00105)
Coordenação: José Elton de Melo Nascimento
O Paraná detém em seu território as principais unidades fitogeográficas que ocorrem no país, apresenta uma das mais ricas diversidades no que se refere a tipos de vegetação, constituída de Floresta Atlântica, Floresta com Araucárias e Floresta Seca do Rio Paraná. Sendo assim, essa vasta e diversificada flora é potencialmente importante para a apicultura e meliponicultura do Estado. Dessa forma, torna-se necessário um estudo mais aprofundado da flora local e construção de uma coleção de referência (palinoteca) visando conhecer melhor relação com espécies botânicas que fornecem recursos tróficos paras as abelhas da região. Isso possibilita conhecer o período de florescimento de cada espécie, e organizar todas essas informações em um calendário apícola que auxiliará aos apicultores e meliponicultores a estabelecerem um manejo mais adequado das colônias, consequentemente melhorar a produtividade e certificar a origem botânica desses produtos na região.
O Estudo foi desenvolvido de Abril de 2018 a março de 2019 na fazenda experimental da Universidade Estadual de Maringá, onde apresenta áreas de cultivo e de preservação (42 hectares de vegetação preservada), as coletas foram feitas a cada 15 dias em seguida todo material coletado, prensado, montado e depositados as exsicatas no Herbário universidade Estadual de Maringá-HUEM. Concomitantemente as coletas, também foram retirados botões florais em pré-antese de cada planta, extraídos os grãos de pólen, armazenados em tubos falcon e submetidos ao processo de acetólise, sendo utilizado ácidos para retirada do conteúdo citoplasmático e melhor visualização da estrutura dos grãos de pólen. Logo após, confeccionada três laminas de cada espécie de planta e depositada na coleção dando início a construção da palinoteca de referência da flora local.
Durante todo período de coleta foram coletadas e registradas 174 espécies, distribuídas em 46 famílias botânicas. Asteraceae e Leguminosae destacaram-se respectivamente 17,24% e 14,37%, sendo as famílias de maior diversidade biológica em número de espécies, seguidas por Bignoniaceae (7,47%), Malvaceae (6,32%), Solanaceae (5,17%) e Lamiaceae (5,17%). As demais famílias representaram 44,24% do total de espécies coletadas. As plantas que compõem as famílias Asteraceae e Leguminosae são importantes fontes de recursos tróficos (pólen e/ou néctar) para a manutenção das colônias e produção de mel, pólen e própolis. No entanto, a variedade de outras famílias também se mostrou significativa (68,37%), já que existem espécies de abelhas que coletam recursos de acordo com suas preferências e hábitos. Além disso, a partir dessas 174 espécies de plantas, foi possível conhecer a diversidade da flora local e iniciar a construção da coleção de referência de grãos pólen (palinoteca), uma das únicas do Estado do Paraná, que irá subsidiar estudos futuros sobre certificação botânica dos produtos apícolas junto aos produtores locais.
Equipe:
Vagner de Alencar Arnaut Toledo
Favízia de Oliveira Freitas
Maria Auxiliadora Milaneze
Greta Aline Dettke
Luis Gustavo Perigui
Instituições:
Universidade Estadual de Maringá ( UEM)
Departamento de Zootecnia
Centro de ciências biológicas - Herbário UEM
Universidade Estadual Paulista
Universidade Luterana do Brasil
Universidade tecnológica Federal do Paraná
Universidade Federal da Bahia